A primeira Pousada de Portugal, construída em
1942 na sequência da Lei n.º 31.259, de 1 de Maio de 1941, por iniciativa de António
Ferro, foi definitivamente encerrada.
O Grupo Pestana Pousadas comunicou hoje,
simultaneamente, à Comissão de Trabalhadores e ao Sindicato de Hotelaria do Sul
o encerramento definitivo da Pousada de Santa Luzia, em Elvas.
A mais antiga unidade da rede das Pousadas de
Portugal viu assim o seu percurso interrompido, com a Cidade de Elvas e o
Alentejo a ficarem mais pobres em termos de turismo. Em muitas regiões, as
Pousadas eram os maiores empregadores e muitas tiveram como objectivo ajudar a
desenvolver certas localidades.
A Comissão de Trabalhadores entende que a
primeira responsabilidade pelo seu encerramento deve ser assumida pelo Grupo
Pestana Pousadas, que foi incapaz de dar uma nova dinâmica a esta unidade, mas
nesta hora é preciso perceber que foi a privatização, em 2003, do capital
social das Pousadas em 49% pelo Governo PSD/CDS de então e a entrega da gestão
total ao Grupo Pestana Pousadas que está na origem do encerramento definitivo
das Pousadas de Elvas e Sousel e da saída da rede de Vale do Gaio, Quinta da
Ortiga, São Brás de Alportel e do Marão, entre outras, pois tal é permitido
pelo "Contrato de Cessão de
Exploração da Rede de Pousadas".
O referido contrato foi assinado em 08 de
Agosto de 2003 entre a ENATUR – Empresa Nacional de Turismo, S. A., e a
República Portuguesa, através da Direcção-Geral do Património, com o Grupo Pestana,
SGPS, S. A., e a empresa criada especificamente para a exploração das Pousadas,
a Grupo Pestana Pousadas – Investimentos Turísticos, S. A.
Pese embora o encerramento, a maioria dos
trabalhadores chegou a acordo com a Empresa, ou para serem transferidos para
outras unidades da Rede ou através de rescisões amigáveis.
O encerramento de algumas das Pousadas é
também um dos sinais dos tempos que vivemos. Nas décadas anteriores, muitas
autarquias lutavam com os Governos e com a ENATUR para serem construídas
Pousadas nas suas localidades, como forma de criar emprego com vista ao
desenvolvimento dessas regiões. Hoje não se ouve nenhuma voz nem de autarcas,
nem de deputados, pela manutenção das Pousadas.
Os poderes políticos deixaram de proteger as
suas localidades, deixaram de proteger os seus cidadãos.
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